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Qual foi o rendimento de quem investiu em dólar em setembro?

Qual foi o rendimento de quem investiu em dólar em setembro
  • Apesar do dólar ter se valorizado, alguns investimentos direcionados ao mercado norte-americano não apresentaram ganhos durante o período.
  • Um exemplo disso é o índice BDRx, que engloba os principais BDRs listados na B3 e registrou uma desvalorização de 3,26% ao longo de setembro. Mesmo com uma queda de 0,16% nas negociações ocorridas na quinta-feira, o dólar ainda mantém sua cotação em R$ 5, o que continua a atrair os investidores interessados em moeda estrangeira. Essa estabilidade de preço foi observada nas negociações da última quarta-feira, em resposta à percepção de risco no cenário internacional. Ao longo da semana, a valorização do dólar atingiu 2,55% no acumulado de setembro, conforme dados fornecidos pela Economatica.

Visão do economista em relação ao dólar

Diego Costa, à frente do departamento de câmbio para as regiões Norte e Nordeste na B&T Câmbio, esclarece que esse movimento está intrinsicamente ligado à perspectiva de aumentos adicionais nas taxas de juros dos Estados Unidos. Como resultado, os títulos de renda fixa norte-americanos estão se tornando ainda mais atrativos.
 
Costa também ressalta que outro fator de grande influência é a crise que afeta nosso principal parceiro comercial, a China, o que impacta diretamente o valor do dólar em relação a outras moedas de economias emergentes. Para que essa tendência de valorização do dólar continue e se estenda ao longo de outubro, é crucial que os indicadores econômicos nos Estados Unidos reforcem a necessidade de manter o ciclo de aumento das taxas de juros no país.
 
Costa observa que, mesmo com taxas de juros elevadas, o mercado de trabalho nos EUA permanece aquecido, o que sugere que a economia do país pode estar entrando em uma nova fase de estabilidade, o que também afeta a atratividade do dólar como moeda de reserva. Apesar do otimismo prevalecente, os investidores que mantêm ativos internacionais não desfrutaram dos mesmos retornos favoráveis.
No decorrer desse mesmo período, os BDRs (Brazilian Depositary Receipts), que representam ações estrangeiras negociadas na Bolsa de Valores brasileira em dólar, não entregaram resultados satisfatórios aos investidores.
 
Conforme uma análise conduzida pela Economatica, a pedido do E-Investidor, o índice BDRX, composto pelos principais BDRs listados na B3, registrou uma queda significativa de 3,26% em setembro, refletindo a volatilidade da moeda. Em contrapartida, os fundos cambiais conseguiram acumular ganhos expressivos, impulsionados pela valorização do dólar em relação a outras moedas estrangeiras. De acordo com a Economatica, o Carbon Dolar Cambial FI e o BNP Paribas FI Cambial II destacaram-se ao apresentar as maiores rentabilidades, com altas consideráveis de 1,2% e 1,19%, respectivamente, evidenciando a atração dos investidores pela a moeda como refúgio seguro.
 
No que concerne ao ETF iShares S&P 500 (IVVB11), que replica a carteira do índice S&P 500, o maior mercado de ações dos Estados Unidos, as expectativas apontam para um desempenho negativo no encerramento de setembro. Segundo a Economatica, o ETF experimentou uma desvalorização significativa de 3,29% em relação ao dólar.
 
Shinichiro Fukui, sócio da Stratton Capital, atribui essa queda acentuada ao pessimismo que prevalece entre os investidores em relação ao mercado de ações nos Estados Unidos, o que também afeta a confiança no dólar como moeda de reserva. A recente elevação nos preços do petróleo tem suscitado preocupações entre os investidores, pois essa tendência pode indicar uma possível alta da inflação, o que, por sua vez, poderia levar o Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos, a estender o ciclo de aumento das taxas de juros em dólar.
 
Fukui observa que as expectativas negativas em relação à atividade econômica podem induzir as empresas a antecipar medidas de redução de custos, como cortes de despesas na moeda, o que, por sua vez, leva o mercado a vender ações em antecipação a essas ações defensivas, afetando a demanda pelo dólar. Essa dinâmica complexa e volátil dos mercados internacionais reflete a interligação de diversos fatores econômicos e geopolíticos. O primeiro destaque é a questão das taxas de juros nos Estados Unidos, que impacta diretamente a atratividade do dólar como moeda de investimento. O aumento dessas taxas pode tornar os investimentos em títulos de renda fixa norte-americanos mais atrativos em relação a outros ativos, influenciando assim o fluxo de capital e a demanda por esses investimentos.
 
Além disso, a crise em andamento na China é um fator de considerável peso, afetando a economia global e as moedas de países emergentes. A falta de medidas de estímulo por parte do governo chinês tem impactado não apenas a economia chinesa, mas também as moedas de países emergentes, como o Real brasileiro, em relação ao dólar. A desaceleração econômica chinesa afeta as exportações de muitos países, e o Brasil, como um importante parceiro comercial da China, sente os efeitos dessa crise em sua relação comercial.
 
Por outro lado, a dinâmica dos BDRs em dólar revela como a volatilidade e os eventos globais podem afetar os investimentos na moeda. Os investidores que apostaram nesses ativos como uma forma de acessar mercados estrangeiros em dólar foram surpreendidos por uma queda acentuada em setembro, destacando a importância de uma análise de risco cuidadosa ao investir em ativos internacionais.
 
Os fundos cambiais, por sua vez, aproveitaram a valorização do dólar em relação a outras moedas estrangeiras, gerando ganhos para os investidores. Isso mostra como estratégias de alocação de ativos podem desempenhar um papel importante na busca por retornos favoráveis em mercados voláteis. Quanto ao ETF iShares S&P 500 em dólar, sua performance negativa pode ser vista como um reflexo das preocupações com a economia dos Estados Unidos e o mercado de ações em particular em dólar.
 
O pessimismo dos investidores em relação às ações afeta diretamente o desempenho do ETF. Por fim, a alta dos preços do petróleo em dólar é um indicativo das preocupações com a inflação e a política monetária nos Estados Unidos. O Federal Reserve pode ser forçado a manter taxas de juros elevadas em dólar por mais tempo para combater a inflação, o que por sua vez afeta as expectativas dos investidores em relação a influencia suas decisões de investimento.

Conclusão

Em suma, o cenário econômico global é complexo e sujeito a uma série de fatores interligados que afetam os diferentes tipos de investimentos. Os investidores em dólar devem permanecer atentos às mudanças no ambiente econômico e financeiro e ajustar suas estratégias de investimento de acordo com as condições em constante evolução em dólar.
 
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